Dia Mundial da Paz para 2013

Uma antiga tradição litúrgica da Igreja, propõe que na noite de Natal se cante o anúncio do Natal do Senhor. Depois de enumerar as várias datas dos vários calendários e de fazer as contas desde a criação do mundo, diz o texto que, quando Jesus nasceu, "todo o mundo estava em paz". A paz de que fala este texto era uma paz institucional, a paz do império. Vale a pena ler o recente livro do Papa sobre a infância de Jesus, no terceiro capítulo (p. 68), em que o papa fala da paz Augusti (paz de Augusto) e a paz de Cristo (pax Christi).
E de fato, a palavra é a mesma, mas sabemos que têm origens diferentes. A paz do mundo é a que construímos aqui na terra, com pactos, apelos à não-violência e ao respeito pela dignidade humana e tolerância religiosa. Mas a paz de Jesus é uma outra paz. Não é incompatível com a de Jesus mas tem, para nós, uma origem diferente. A paz de Jesus vem do céu, vem de Deus. No evangelho são os anjos que anunciam a paz na terra. Dizem que o céu e a terra estão em festa, vivem uma grande alegria porque o príncipe da paz nasceu no meio de nós.
Jesus foi um homem de paz. Viveu a paz e comunicou-a. Sim, Deus fala de paz! (cf. Sl 84, 9). Não a paz de pactos, que poderia resumir-se em ausência de guerra, mas uma paz mais profunda, a paz interior, que nasce do coração de cada ser humano. Sim, esta é uma grande verdade. Todos nós, humanos, trazemos dentro de nós um grande e profundo desejo de paz.
O Papa Bento XVI propõe para a nossa reflexão para o próximo dia mundial a paz, o versículo das bem-aventuranças relacionado com a paz: "Bem-aventurados os que promovem a paz". Jesus chama felizes os que vivem e promovem a sua paz. E como seremos felizes se promovermos a paz! Seremos chamados, diz Jesus na continuação da bem-aventurança, “Filhos de Deus” (Mt 5, 9).
A promoção da paz é um compromisso que o cristão tem de levar a sério. Não só desejar a paz mas pedi-la a Deus, promovê-la, e comunicá-la.
Nasceu um ano novo. Apreensivos e temerários por causa da crise económica e financeira que estamos a atravessar, a paz do império torna-se mais frágil. Só a paz de Cristo poderá devolver-nos a esperança e a tranquilidade. Como São Francisco de Assis, peçamos ao Senhor que faça de cada um de nós instrumento da sua paz, porque só a paz de Cristo é a verdadeira paz.

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