Quem o meu coração ama

Celebra hoje a Igreja, e a Ordem Dominicana com mais alegria, a memória de Santa Maria Madalena. Celebra-a a Igreja pela sua proximidade a Cristo; celebram-na os dominicanos por ser a primeira pregadora da Ressurreição de Jesus.
Mulher a quem o Senhor chamou, e a quem ela seguiu e serviu com a imensidade do amor do seu coração.
Uma proximidade que não sufoca nem prende. As leituras da Missa tão bem nos demonstram este amor livre e libertador. Por três vezes, na primeira leitura, do cântico dos cânticos, a esposa pergunta por aquele por quem o seu coração ama. Foi a preocupação da Madalena na manhã de Páscoa: “Senhor, se foste tu que o tiraste, diz-me onde o puseste, que eu irei buscá-lo. No Evangelho, Jesus responde à ânsia de ela se querer agarrar a Jesus dizendo-lhe: Não me detenhas”.
Encontrar aquele que o coração ama. Esta busca, sempre insaciante e cada vez mais profunda é, como dizia São João da Cruz, beber na “fonte que mana e corre, mesmo se é noite”.
Só o Amor livre, libertador e alegre vem de Deus. O amor-prisão, amor-ciúme, amor-violento escraviza e é doentio.
Maria Madalena ensina-nos ainda que o nosso testemunho cristão tem de ser alegre, um testemunho que limpa as lágrimas da tristeza e do temor e converte-as no sorriso largo da salvação.
Maria Madalena permaneceu, juntamente com Maria, a mãe de Jesus, junto à Cruz do Senhor. Os discípulos, um a um, foram abandonando o Senhor. Maria Madalena não; ficou junto daquele que o seu coração amava.
Por isso ela hoje é lembrada. Que a sua vida e dedicação ao Senhor inspirem as nossas vidas e nos façam permanecer junto de quem está sozinho a sofrer.
(imagem: Giovanni Battista Caracciolo, Aparição de Cristo-Jardineiro a Maria Madalena, c. 1620)

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