Frei Luís de França (1936-2016)

Faleceu, ontem, um frade que, não pertencendo à comunidade de Lisboa, esteve sempre a ela muito ligado. Frei Luís de França, muito conhecido e falado por alturas do 25 de Abril, a Antena 2 disse hoje, até, um dos padres mais importantes da Revolução. Frade dominicano, esteve na origem e acompanhamento deste convento de Lisboa. Foi aqui prior e meu padre-mestre quando era estudante. Presidente da OIKOS, quando chegou a idade da reforma decidiu ir para Angola onde, dizia ele, ainda podia ser útil. Lá, esteve ligado à formação dos postulantes dominicanos, e com uma forte e importante presença na universidade católica de Luanda onde desempenhou vários cargos como, por exemplo, professor de ética.
Homem informado e de grande clarividência, quer a nível social quer a nível eclesial. Um cancro começou a lavrar no seu corpo há pouco mais de um ano... sempre com grande esperança, foi tentando travar a evolução da doença, até ao fim. Como líamos ontem, numa celebração que fizemos à noite, para o justo a morte não é uma derrota, é o último dia de trabalhos.
Hoje prestamos-lhe uma última homenagem. Pessoalmente tenho que agradecer a Deus ele ter passado na minha vida e me ter formado. Conseguiu contagiar-me num grande amor a este convento. Quando vinha a Lisboa e ficava connosco, ficava contente por ver a igreja cheia aos domingos, e o refeitório com convidados. Foi ele quem me abriu horizontes e me despertou para um olhar mais universal sobre a Ordem. Retenho e transmito esta ideia que ele várias vezes me (nos) dizia: fazemos profissão para a Ordem e não para o convento. 
Que o Senhor o recompense do tanto que deu.

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