Dia de São Marcelino Champagnat - Homilia

Queridos amigos,
Festejamos, neste dia, a festa de São Marcelino Champagnat. E juntamos a esta celebração duas outras festas: a dos finalistas - os que chegaram ao fim do 12º ano e deixam o nosso externato - e a festa da vida, para os alunos do 8º ano.
Para nós, cristãos, a vida não tem fim. As coisas não têm fim. Reparem: depois do 12º ano, vem a universidade e depois o trabalho... E mesmo a morte, para nós, cristãos, não a vemos como um fim, mas como uma continuidade: depois desta vida teremos uma outra, a vida eterna.
É por isso que, no dia da morte de São Marcelino, nós fazemos festa e çelebramos esta festa da vida. Aliás, as leituras da Missa, falaram-nos de dois grandes temas ligados à vida: a água do rio, sinal de vida, e as crianças, que são também um sinal de esperança e de vida. Quando os vossos pais olham para vocês, quando nós, mais velhos, olhamos para os mais novos, mesmo não sabendo o futuro de cada um, pressentimos que terão um futuro cheio de esperança e de vida.
Gostaria só de realçar um tema destas leituras. São Marcelino foi como Jesus. Aliás, cada um de nós deve imitar Jesus na sua vida. Jesus não está na nossa vida só para nos dar sorte; Jesus está na nossa vida para que nós o possamos também imitar.
Mas, dizia, São Marcelino imitou Jesus neste carinho e apoio para com as crianças. Ele percebeu bem as palavras de Jesus que escutámos. Por isso, quis deixar a vida que tinha, era padre numa aldeia, para se entregar de alma e coração, à educação das crianças, dos mais novos. Em duas grandes vertentes: por um lado, que fossem bem tratados e educados na escola: que os irmãos e os professores estivessem atentos aos seus problemas e dificuldades e que fizessem dos seus alunos ótimas pessoas, inteligentes, educadas; mas também, ao mesmo tempo, que nas escolas onde estivessem os irmãos Maristas, se falasse de Jesus. Num dia, um rapaz ainda novo estava a morrer. E chamaram São Marcelino para ir falar com esse rapaz e que rezasse com ele. Quando São Marcelino chegou a casa deste rapaz, e quando ia para rezar com ele, apercebeu-se que ele não conhecia Jesus. Foi aí que decidiu fundar escolas, com estas características, para que, além dos conhecimentos intelectuais e morais que precisamos para ser boas pessoas, também se falasse de Jesus para que ele fosse mais conhecido e amado.
Queridos amigos, nós fazemos parte deste grande grupo de pessoas que querem viver estas duas dimensões. Por isso, neste dia de São Marcelino Champagnat, queremos dar graças a Deus pela sua vida e pela continuidade da sua vida nos irmãos Maristas. Eles continuam, em todo o mundo, mas em especial neste nosso colégio, a nobre missão de uma educação completa, integral, que significa, como já temos ouvido várias vezes, fazer de cada um de vós bons cristãos e virtuosos cidadãos. Queremos, então, pedir-lhes, que a sua presença neste externato continue a ser uma presença humilde, modesta e simples, como o símbolo das violetas.
Damos igualmente graças a Deus pelos nossos professores, auxiliares e funcionários: eles educam-nos, cuidam de nós, são, num certo sentido, a nossa família.
Finalmente, cada um de vocês, alunos deste externato marista de Lisboa, deve também dar graças a Deus pela educação que aqui recebem. E não é só educação intelectual. Aqui aprendem valores muito importantes como a alegria, a amizade, a união, a solidariedade...
Termino pegando, uma vez mais, na primeira leitura que usava a imagem do rio. Este rio é a nossa vida. Assim como um rio nasce num certo ponto e vai crescendo, juntando-se a outros rios, até que desagua no mar, assim é a nossa vida: a nossa família, os nossos colegas, professores e outros educadores, as matérias e os valores que aqui aprendemos, fazem de nós estes rios que caminham para o mar.
Que este dia 6 de Junho, em que celebramos com alegria a festa de São Marcelino Champagnat, seja então, um dia de festa e de reconhecimento de que nós, unidos numa mesma espiritualidade, conseguiremos transformar o mundo em que vivemos. Que assim seja.
(Fotografia da estátua de São Marcelino Champagnat, Vaticano)

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