Já lá vão cinco anos!


Os casais gostam de celebrar o aniversário de casamento. Nós padres lembramo-nos do dia da nossa ordenação ou da nossa Primeira Missa. Faz hoje cinco anos que celebrei a minha Primeira Missa na Comunidade em que vivo, o Convento de São Domingos de Lisboa.
Cinco anos depois, só tenho que dar graças a Deus pelo que me tem concedido. Bem razão tinha São Paulo em dizer que somos um vaso de barro no qual trazemos um grande tesouro (2 Cor 4, 7).
Partilho convosco um texto medieval sobre o sacerdócio que, na altura da minha ordenação, me causou impressão pela actualidade que traz:
“Um sacerdote deve ser simultaneamente pequeno e grande,
nobre de espírito, como de sangue real,
simples e natural, como de raiz camponesa,
um herói na conquista de si mesmo,
um homem que se bateu com Deus,
uma fonte de santificação,
um pecador a quem Deus perdoou,
dos seus desejos o soberano,
um servidor para os tímidos e os fracos,
que não se abaixa diante dos poderosos,
mas que se curva diante dos pobres,
discípulo do seu Senhor,
chefe do seu rebanho,
um mendigo de mãos totalmente abertas;
um portador de inúmeros dons,
um homem no campo de batalha,
uma mãe para confortar os doentes,
com a sabedoria da idade
e a confiança duma criança em direcção ao alto,
os pés na terra,
feito para a alegria,
perito no sofrimento,
isento de qualquer inveja,
com perspectivas largas,
que fala com franqueza,
um amigo da paz,
um inimigo da inércia,
fiel para sempre...
Tão diferente de mim!”

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