Em Fátima com os colégios



Acabo de chegar de Fátima onde estive, ontem e hoje, com os alunos de três colégios onde dou assistência religiosa. Não foi combinado, coincidiu, o que fez com que em vez de ir a Fátima três vezes, numa só vez conseguiu-se fazer tudo. Mas o colégio que me ocupou mais foi o dos Maristas. Um grupo do 2º ciclo começou ontem um encontro com uma caminhada a pé, de seis quilómetros, desde o Santuário da Senhora da Ortiga à Capelinha das Aparições. Aí fizemos um momento de oração, rezando pela paz, pelo papa e pelas intenções de cada um. À noite este grupo foi ao recinto do Santuário para fazer um outro momento de refexão. Enquanto se rezava o terço - nós rezámo-lo durante a caminhada - em pequenos grupos fizemos uma avaliação sobre o que tinha sido o dia. Todos valorizaram o tempo dado para se conhecerem melhor e alguns deles acharam a caminhada "uma seca" (na idade deles, tudo o que não lhes agrada ou dá trabalho é seca). Mas sim, algums valorizaram esse momento, uma delas até o focou dizendo que foi um momento que deu para rezar.
Hoje foi o Encontro dos Centros Maristas em Fátima. Com um programa diferente dos outros anos - inserimo-nos no programa do Santuário - estivemos na missa das 11, presidida por um dos capelães do Santuário. Nós, colégio, encarregámo-nos da animação, que foi um sucesso.
Mas a mim estes programas oficiais, aos quais nos temos de submeter, sempre me fizeram confusão. Por um lado celebra-se missa para crianças mas, por outro, a missa continua a ser inacessível aos destinatários: cânticos mornos (para não dizer bafientos), que que não estimulam ninguém, e homilias que pretendem ser dinâmicas mas que depois acabam por nem chegar a crianças nem a adultos (falar hoje de reparação, sentar no colo de Deus e dizer que a nossa vida é como fazer alpinismo em que os pecados são as pedras onde as cordas roçam e, se não temos cuidado elas podem partir)...
A mim coube-me a animação da assembleia, ou seja, puxar por ela nos momentos dos cânticos. Mas os que estavam à minha frente - adolescentes e jovens - estiveram impassiveis durante toda a Missa, excepto quando se levantavam ou sentavam, ou ainda quando foram comungar. São de uma educação extrema: não conversam e estão sossegados; mas não estão ali, a matéria não lhes interessa e, se calhar, com razão, porque com estruturas pesadas também não há envolvimento. Chamaria a este tipo de atitude a missa de corpo presente: de pé ou sentados, de braços cruzados, o corpo está lá mas estão noutra, ausentes.
Salva tudo isto os mais pequenos que cantam e respondem e estão sempre felizes. Ao menos isso.
Há um "público" onde a Igreja não chega em profundidade: a malta nova e os casais novos. Se continuamos na nossa, à espera de que eles, mais cedo ou mais tarde, se convertam ao imposto, e corremos o risco de perdermos tudo e culpar a sociedade materialista e de hedonista.

É tempo de pedir ao Espírito Santo que nos esclareça sobre o modo de nos aproximarmos destes "Natanaeis" que procuram ver Jesus, mas a quem nós ainda não conseguimos mostrar.

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