os nossos esquemas

Ultimamente - de há uns meses a esta parte - tenho vindo a pensar numa matéria de psicologia que dei no secundário, a famosa janela de Johari (Joahari, ao contrário do que se poderia pensar não é um apelido mas sim a junção de dois meios apelidos dos criadores deste esquema: Jo-seph e Harri-ngton). Porque esta janela o que nos diz é que somos todos muito precavidos mas que nem sempre controlamos tudo. E, como qualquer janela que se preze, ela abre-se e fecha-se. Nunca percebi porque é que se chama janela e não ficheiro ou outra coisa qualquer. Mas é uma janela, talvez pelo formato com que se apresenta, um quadrado que se divide em quatro partes, como se pode ver em qualquer imagem tradicional de uma janela. Com a zona "livre" e a "secreta" controlamos nós bem: é o que eu sou e o que os outros acham que eu sou e o que eu sou mas que não convém nada que os outros saibam. Mas há a outra face da moeda ou, para adequarmos à figura, o outro lado da janela: a zona cega e a desconhecida; a cega é o que os outros vêm em mim mas que eu não tenho noção e a desconhecida que é o que ninguém conheço, nem eu nem o outro. No meu entender isto tem uma perversão, um ponto mais e um ponto bom. A perversão é a de que nós só mostramos o que queremos e por isso, a janela pode ser, como muitas, uma fachada. O mau desta janela é só lembrar-nos que vemos e somos vistos. O bom é de que todos temos a nossa janela. E não vale a pena andar a espreitar nem a colocar cortinados. A nossa vida está exposta, quer queiramos quer não.

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