Um dejá vu

Estou em Ávila, num encontro de conselhos provinciais das três províncias de Espanha, do vicariato da província do Rosário e ainda os da província de Portugal. É um encontro anual, com cerca de 40 frades, em que se trata de assuntos comuns. Isto parece-me, em escala pequena, o que vivi em Roma no Capítulo Geral, mas em castelhano, com discussões em castelhano em que os portugueses pouco pintam porque pouco nos diz respeito. O grande assunto desta reunião é a tentativa de reestruturação da Península Ibérica: conventos, frades, prioridades, apostolados, presenças. É, de facto, dramática, a falta de vocações. Por um lado dizemos que precisamos de melhor qualidade de vida (vida boa e não boa vida). Mas a verdade é que só se faz isto porque não temos vocações. O que poderia levar à conclusão de que a quantidade é também sinal de qualidade.
O que eu acho é que este trabalho deveria ter sido feito há muito tempo, quer com vocações quer sem elas. Porque a qualidade de vida religiosa é tão importante para uma comunidade de três como de vinte (creio que não há nenhum convento com mais de vinte frades). No entanto, o que me pergunto é o porquê de não termos vocações.
Habituámo-nos à fartura e agora vemo-nos aflitos com a carestia. Bem oportuna era a recomendação de Paulo aos filipenses: Sei passar por privações, sei viver na abundância. Nós também, mas resignados.

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