Mais uma viagem

Roma. Ancora una volta. Os aviões sempre com atrasos e sempre com desculpas. A de hoje foi o nevoeiro. E pensei: na Escandinávia devem andar todos trocados! Conclusão: saímos com uma hora de atraso.
Estou em Roma numa reunião, a primeira em que participo, da Comissão de Liturgia da Ordem. Vai ser uma semana. Deus queira que tenha uns tempos livres para passear em Roma, que se conhece andando. Agora que já descobri uns atalhos para chegar ao centro de Roma, dá para sair mais. A casa já a conheço: Santa Sabina, dos meus amores, que me faz lembrar o meu convento de Lisboa. O Aventino está para Roma como o Alto dos Moinhos está para Lisboa: calmo, um lugar de partida e de chegada. É bom sair da cidade para regressar a casa.
Com os atrasos todos e com as chegadas ao convento, davam as quatro horas na igreja de Santo Alessio; ainda me deu para ir aos sítios onde teimosamente queria ir antes de tudo: Videre Petrum. Lá me pus a pé (verifico agora que foram cerca de quatro km para cada lado) até são Pedro. Que a gente vá a Roma e não veja o Papa ainda é como o outro, pode até dar-se o caso de o Papa não estar lá, mas ir a São Pedro é um ato de união com toda a Igreja. Ver as luzes das janelas do Papa acesas, sinal que está a trabalhar, entrar na basílica de São Pedro e ver como tudo se desvela à medida que vamos andando, ver o túmulo de João Paulo II com pessoas em oração, ou o do grande João XXIII... tudo em grande, numa grande escala e de uma beleza incomparável.
Mas não fui só ver Pedro. Fui também ver São Filipe, o Apóstolo, pedir-lhe auxílio e proteção.
E regressar a  Santa Sabina. Rezar vésperas com a Comunidade, falar aos que já conheço e apresentar-me aos que também chegaram hoje. Aqui é uma autêntica Babel. Apesar de, na Ordem, termos de saber falar duas de três línguas "oficiais": francês, inglês e espanhol, a comunidade fala italiano, e cada um que se faça entender conforme conseguir. Eu digo sempre: percebo inglês, percebo francês, mas só falo espanhol. E lá vou indo. Pior está um americano, que só sabe mesmo inglês, e vai estar uma semana numa reunião em que se vai falar em francês! Pediu-me para se sentar ao meu lado, nas reuniões, para lhe ir traduzindo. Ri-me e disse-lhe num mau inglês: two blind man walking in the dark!

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