Um Mundo, uma Família, uma Missão - 2

Há mais de oitocentos anos, sensível à fome e à sede que as pessoas tinham pela Palavra de Deus, São Domingos mostrou um desejo espiritual muito forte em estabelecer a Ordem vivendo uma vida de pobreza levando a cabo a missão de pregar e imitar o que exemplos dos discípulos. Ao morrer, São Domingos recomendou aos seus irmãos que não chorassem. Deixaria este mundo para dar mais frutos para os seus irmãos. A sua recomendação é a maravilhosa e a viva esperança que ajuda a fortalecer hoje em dia a existência e o desenvolvimento da nossa Ordem.
O grande desejo de São Domingos é inspirar a outros na Igreja ao longo dos séculos. Estes são os que amam e partilham a missão de proclamar a boa nova ao mundo. Viver o carisma da pregação é por em marcha nos caminhos que vão aos lugares onde somos enviados. Os nossos pais na Ordem chegaram às pessoas que não tinham recebido a lua do Evangelho, às fronteiras e regiões de missão, e o Vietnam era um desses lugares. Há trezentos anos os missionários semearam sementes do Evangelho na nossa mãe-terra do Vietname, e brotaram no meio das dificuldades e desafios, mas tornaram-se frutíferas pelo sangue dos mártires.
Nos meados do século XVI, os missionários dominicanos começaram a chegar ao Vietname para pregar o Evangelho. Em 1550, o missionário português Frei Gaspar da Santa Cruz chegou a Ha Tien, Vietnam. De 1596 a 1629, aceitando o convite dos reis de Chan Lap e dos mandarins, os missionários dominicanos da Província do Rosário fizeram quatro viagens ao Vietname com o propósito de pregar na missão. Desde 1676 a Ordem esteve presente para servir a Igreja local, seguindo o convite dos bispos vietnamitas. Durante três séculos, 234 missionários espanhóis foram enviados ao Vietnam para desenvolver e reforçar a fundação da Igreja Católica no Vietnam.
A palavra de Deus semeou-se na terra do Vietnam e chegou a todas as classes, desde a elite até ao simples agricultor. Graças aos missionários, a chama da fé acendeu-se e difundiu-se por todos os lugares: nos campos, nos mercados, nas escolas... Os dons que os missionários entregaram aos priemiros cristãos vietnamitas foram a paixão, o entusiasmo e o sacrifício. Trabalhando em silêncio, tiveram uma forte influência na igreja vietnamita.
Durante a evangelização do Vietname, no medo das dificuldades, a perseguição, a prisão, e inclusivamente a morte, para testemunhar a sua fé em Jesus Cristo Ressuscitado, os frades foram valentes ao professar a sua fé e dar testemunho do amor eterno de Deus.
Aquando das perseguições da dinastia Trinh, o imperador Minh Mang e o imperador Tu Duc, a nossa Ordem dominicana continuou a crescer e a contribuir para a Igreja com os seus heróis. Entre os 118 mártires Vietnamitas canonizados, a nossa família conta com 38 santos, incluindo 6 bispos, 16 sacerdotes Dominicanos, 3 sacerdotes da fraternidade sacerdotal dominicana, 6 catequistas e 7 leigos dominicanos. Alem destes há mais 118 veneráveis.
O sangue dos mártires derramado na terra do Vietname é a semente que fez nascer tantos cristãos a os que continuaram a missão de dar testemunho do Evangelho. A sua lealdade inspira-nos a cantar um cântico triunfal.
Analisando a história, recordemos alguns acontecimentos importantes dos irmãos e irmãs dominicanas durante os altos e baixos da história da nação em forma de “S” que chamamos Vietnam.
A província Rainha dos Mártires do Vietname estabeleceu-se a 18 de Março de 1967. O nascimento da Província marcou uma nova presença para a missão ao serviço da Palavra na Igreja vietnamita e para os irmãos e irmãs dominicanas.
Surgidas do trabalho missionário dominicano e empapadas no sangue dos mártires, muitos dos quais da família dominicana, as irmãs dominicanas apoiaram e desenvolveram activamente a missão no Vietnam. Desde o século XVIII viveram juntas em comunidades e no século XX as comunidades individuais reuniram-se para se converterem em congregações diocesanas. Dedicaram as suas ao ministério da evangelização com a espiritualidade de São Domingos.
E ainda hoje, no grande campo da missão no Vietname e nas fronteiras/periferias do mundo global, os dominicanos enfrentam hoje novos desafios.
Os desafios e as opções vocacionais no mundo de hoje: um mundo que põe muito mais ênfase no poder, a riqueza e o prestígio/posição social. Em contraste, os débeis e os pobres são marginalizados pela sociedade.
Jesus Cristo convida-nos a viver em pobreza, mansidão generosidade, humildade, serviço e sacrifício. Portanto, ser santo neste mundo é como navegar pelo rio acima. Se não dermos o melhor de nós todos os dias seremos arrastados pelas águas.
O martirio de hoje não nos exige derramar o nosso sangue como santos mártires ou ter virtudes heróicas, mas que nos exige viver segundo o que nos exige viver segundo inquérito disse Santa Teresa de Calcutá: nem todos podemos fazer grandes coisas. Mas podemos fazer pequenas coisas com muito amor, para seguir o Senhor com perseverança no caminho da santidade.
Enfrentando os desafios e as dificuldades nas nossas vidas presentes, acendamos a chamada fé, o amor e a esperança, confiando em Deus, que é o nosso Pai amoroso, a fonte das nossas vidas e nossa alegria eterna.
“Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a toda a criação”. Estas são as últimas palavras que Jesus disse aos discípulos. Hoje em dia ainda nos tocam estas palavras. As pessoas esperam por nós. São os que estão desesperados, as famílias necessitadas, as crianças abandonadas, os jovens sem futuro, os idosos doentes e solitários, os ricos que têm o coração vazio e todos os que procuram desesperadamente o sentido da vida e desejam a espiritualidade.
Ao enfrentar todas as adversidades e dificuldades da vida, não devemos temer, mas permanecer firmes e confiar em Deus porque ele está sempre connosco. Ainda que a nossa alma caia na escuridão com os maus exemplos que existem na Igreja e a imperfeição dos ministros da Palavra, continuamos a acreditar na providência de Deus. Ter paz porque o Espírito Santo actua sempre na Igreja e guia-nos em todos os caminhos. Pela intercessão de São Domingos e em comunhão com todos os santos dominicanos da Ordem, entre os no mundo com valentia, nós, dominicanos, para pregar e semear a Palavra de Vida.

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