Uma pausa merecida

O Capítulo Geral chegou a meio. Em quinze dias conseguimos aperceber-nos do estado da Ordem, quer pelos vários relatórios que nos foram chegando quer também, e sobretudo, pelos relatórios do Mestre da Ordem e do Sindico (ecónomo) da Ordem. Também elegemos o novo Mestre da Ordem, menos pesado que o de há nove anos atrás, quando estive no Capítulo de Roma. Houve, a meu ver, eficácia no método e abertura de intenção.
Também começámos os trabalhos de comissões que têm por finalidade dar cumprimento às duas missões dos capitulares: eleger o Mestre da Ordem e definir. Na realidade, ocupámos todo o dia de ontem e a manhã de hoje (sábado) em assembleia plenária para ouvir os trabalhos das várias comissões e podermos manifestar-nos sobre os temas que acharmos convenientes. Não há propriamente discussões, mas sim contribuições e pontos de vista que agora as comissões terão de tratar e integrar para chegarmos à redacção final dos textos que serão aprovados, número por número, por voto electrónico.
Posto isto, recebemos a boa notícia de que teríamos a tarde de hoje livre e que, amanhã, voltamos a sair para um encontro com a Família Dominicana e teremos também o resto do dia livre.
Cada um dispõe, então, desse tempo para o que entender. Uns ficaram a descansar, outros (muitos) saíram à rua e outros ficaram ou a trabalhar ou a queimar gorduras (o meu caso). Os estudantes ficaram mais reduzidos nestes dias: uns foram a casa, outros para trabalhos pastorais e um grupo de 20 foram preparar o local onde amanhã iremos ter o nosso encontro de Família Dominicana. Mas em 80, mesmo que metade tenha de sair, ficam outros tantos.
E assim se passam os dias. Como tenho dito quer em conversas quer até aqui por escrito, esta experiência é muito forte e positiva. Para mim sempre oportunidades de aprender, de perceber a gradeza dos irmãos (mesmo com fragilidades) e a nossa unidade. Perceber que, graças a estes mecanismos democráticos nunca tivemos rupturas na Ordem porque sempre houve liberdade para falar e prudência no agir. Perceber que realmente somos um grão de areia no mundo mas que o vamos conseguindo levantar com as nossas presenças simples e libertadoras.
Tenho aprendido muito quer no que se debate quer nas conversas à mesa ou nos recreios. Irmãos com vidas impressionantes, cheias de Deus e que o fazem por amor a Deus e à Ordem, para bem da Igreja e santificação do mundo.
Esta manhã, no debate dos trabalhos de uma comissão em que se falava das qualidades do pregador, um provincial, já de idade, dizia: pra mim são três as qualidades de um bom pregador: santidade de vida, simplicidade e pobreza. Podemos ter a maior eloquência das palavras, podemos fazer os mais belos discursos, mas sem estas três coisas, não seremos verdadeiramente pregadores. Palavras como estas, vindas de um irmão experiente, só se podem entender à luz do Espírito Santo, que inspira e renova todas as coisas.

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