Arte

Impressionam-me as pessoas que pegam num lápis e fazem com naturalidade um desenho. Se calhar porque não consigo fazer um risco direito. As minhas aulas de Educação Visual, de Expressão Plástica e todas as que metiam desenhos eram para mim um verdadeiro tormento. Lembro-me dos lápis de cera, talvez os primeiros que usei, em que se pintava sobre papel manteiga, depois os lápis de cor, as canetas de feltro com aquele barulho que, só de pensar nele me arrepio ainda hoje, algumas vezes a aguarela... tanto investimento para nunca ter feito um desenho de jeito. Lembro-me só de um desenho, que voltei a repetir anos mais tarde. Uma vez, nos testes psicotécnicos que tive que fazer nos meus tempos de pré-seminário, mandara-me fazer o desenho de uma árvore. E eu lá fiz o melhor que pude: umas raízes, um tronco, os ramos e umas folhitas mal semeadas para não parecer árvore de Inverno. Resultado: a interpretação do desenho dizia que tinha pouca ambição, que era muito tímido, tinha que fazer desenvo...