A crise na serra

Venho de apanhar amoras. Elas amadureceram quase um mês depois do que era antigamente. Quando era pequeno, no final de Julho já se comiam as amoras das silvas e, mais tarde as do silvão. Este ano só agora se começam a comer. Doces, de diferente sabor, não sei se será da espécie, da água ou do terreno onde estão…
Falando com várias pessoas, vão dizendo que ainda assim não sentem muito a crise. Em vindo as reformas para comprar o que não se produz, tudo o resto está garantido: batatas, cebolas, hortaliças, carne de porco, cabrito, galinhas, coelhos e patos, alguns até vitela, é tudo biológico, verdadeiramente fruto da terra. Até estas amoras, que estão ao dispor de quem as quiser apanhar. Antigamente estava tudo rapado e nem as deixávamos amadurecer bem; agora, caem de maduras. As deste cesto, apanhadas à beira da estrada, vão comer-se em menos de um ai: as minhas sobrinhas vão encarregar-se delas.

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