Feno, centeio e tojo

Diz-se que o trabalho da mulher nunca acaba. É verdade e aqui no norte vê-se bem. Mas o trabalho do lavrador não é mais brando. Se bem que as tarefas estão bem definidas, o que é certo é que, salvo raras exceções, o trabalho mais pesado é para os homens e o mais leve para as mulheres. Não quero com isto dizer que os homens trabalham mais, até porque considero que as mulheres são bem mais sacrificadas, mas são trabalhos diferentes.
Terminou há poucos dias o trabalho do feno: cortá-lo, virá-lo, colhê-lo e guardá-lo no palheiro. Depois veio a recolha do centeio: cortá-lo, enfaixá-lo, malhá-lo e guardar o grão e a palha. Agora, enquanto se esperam pelas batatas, que estão já estão quase prontas para arrancar, fazem-se trabalhos “intermédios”: durante esta semana vi sair carros de vacas com o estrume das lojas para levar para os campos. Hoje vi outro carro com o arado que, às 8.30h, já vinha de lavrar um campo, e via ainda outro que trazia tojos para forrar as lojas dos animais.
No café disse que também eu tinha muito trabalho. Ficaram admirados. Perguntaram-me o que é que eu ia fazer. Disse que tinha muito que escrever. Mas isso aqui não é trabalho.
(Esta manhã tirei esta fotografia a um lavrador de Cotelo. Infelizmente começam a ser imagens raras por aqui.)

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