O Domingo


Para nós, padres, o Domingo é o dia de mais trabalho. Porque estamos ao serviço dos outros, temos esta missão da presidência da Eucaristia. Há padres que celebram muitas missas ao Domingo; ou porque não têm colaboradores ou porque há escassez de mão-de-obra (entenda-se falta de padres) e têm que se desdobrar para que os católicos não fiquem, neste dia, sem missa. Considero-me um padre aliviado neste campo. Normalmente celebro duas missas ao Domingo: uma ao meio-dia aqui no convento e outra às seis da tarde, numa paróquia da cidade.

Mas o Domingo é mais do que a Missa. Se bem que a Missa seja o momento principal deste dia, aqui no convento é um dia muito agradável. Sempre os mesmos rituais que vão passando por várias mãos. Acordamos um pouco mais tarde que nos dias de semana, rezamos as Laudes, tomamos o pequeno-almoço e depois, os que ficamos em casa, fazemos várias tarefas: uns lavam a loiça outros começam a preparar o almoço e outros ainda põem a mesa. Depois da missa conventual sentamo-nos todos numa mesma mesa (à semana, com muita pena minha, sentamo-nos em várias mesas redondas...) e almoçamos com calma e alegria.

Há já duas semanas que me toca pôr a mesa. Nunca pensei muito se gosto ou não. Mas hoje gostei. Talvez pelo sol que entrava no refeitório. Agora os rituais vão continuar: imprimir a homilia, receber as pessoas que vêem à missa, presidi-la com outros padres, frades e pequenos acólitos, com a música que nos envolve no mistério que celebramos, e depois a alegria de nos podermos sentar à mesa e de podermos ter comida. Dou graças a Deus por tudo isto. E pelo Domingo. Torna-se um dia "atípico" mas muito saudável.

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