Tomada de hábito
Ontem, devido ao adiantado da hora a que cheguei a casa e ao cansaço de um dia de Domingo, não consegui vir colocar este post. Porque ontem, dia 25 de Outubro, fez 11 anos que tomei o hábito da Ordem Dominicana.
O hábito não é, no seu primeiro sentido, um sinal de pertença. É, antes de mais, um convite a mudar de vida. O Beato Jordão de Saxónia, sucessor de São Domingos no governo da Ordem, tomou hábito numa quarta-feira de cinzas. Diz ele: "Tendo chegado os três juntos ao Convento de Santiago, quando os irmãos cantavam Immutemur habitu (mudemos as nossas vestes pela cinza e o cilício...), de surpresa, mas oportunamente, fomo-nos colocar no meio deles e, despojando-nos rapidamente do homem velho, vestimos ali o novo, para que, o que eles cantavam, fosse em nós uma realidade".
Actualmente as coisas, na Ordem, não são feitas de surpresa. E por isso a minha tomada de hábito, como a de todos os outros frades, foi programada. Acontece no início do noviciado. Logo nos primeiros dias ganhamos o humilde título de "frei". Depois, mais ou menos um mês depois, faz-se esta cerimónia, que antes era reservada e que agora se faz no decorrer de uma missa. Depois da homilia, o Padre Provincial senta-se e o candidato aproxima-se. E então, enquanto se canta o hino Veni Creator Spiritus (Vinde, ó Espírito Santo), o Provincial, com a ajuda do Mestre de noviços, impõe o hábito ao noviço.
É um momento emocionante. Talvez naquele dia e nos meses seguintes, o hábito tenha sido para mim uma veste de glória. Hoje para além de ser uma honra poder vesti-lo, é também uma grande responsabilidade. Identifica-nos a uma Ordem, a mártires, a santos, mais ou menos conhecidos, mas, sobretudo, deve identificar-nos com o apelo evangélico à conversão. O hábito não faz o monge, mas o monge fica bem de hábito.
O hábito não é, no seu primeiro sentido, um sinal de pertença. É, antes de mais, um convite a mudar de vida. O Beato Jordão de Saxónia, sucessor de São Domingos no governo da Ordem, tomou hábito numa quarta-feira de cinzas. Diz ele: "Tendo chegado os três juntos ao Convento de Santiago, quando os irmãos cantavam Immutemur habitu (mudemos as nossas vestes pela cinza e o cilício...), de surpresa, mas oportunamente, fomo-nos colocar no meio deles e, despojando-nos rapidamente do homem velho, vestimos ali o novo, para que, o que eles cantavam, fosse em nós uma realidade".
Actualmente as coisas, na Ordem, não são feitas de surpresa. E por isso a minha tomada de hábito, como a de todos os outros frades, foi programada. Acontece no início do noviciado. Logo nos primeiros dias ganhamos o humilde título de "frei". Depois, mais ou menos um mês depois, faz-se esta cerimónia, que antes era reservada e que agora se faz no decorrer de uma missa. Depois da homilia, o Padre Provincial senta-se e o candidato aproxima-se. E então, enquanto se canta o hino Veni Creator Spiritus (Vinde, ó Espírito Santo), o Provincial, com a ajuda do Mestre de noviços, impõe o hábito ao noviço.
É um momento emocionante. Talvez naquele dia e nos meses seguintes, o hábito tenha sido para mim uma veste de glória. Hoje para além de ser uma honra poder vesti-lo, é também uma grande responsabilidade. Identifica-nos a uma Ordem, a mártires, a santos, mais ou menos conhecidos, mas, sobretudo, deve identificar-nos com o apelo evangélico à conversão. O hábito não faz o monge, mas o monge fica bem de hábito.
(Ainda sobre o meu dia de ontem: comecei a ler o Caim. Não devemos ver em Saramago, no que ele diz e no que ele pensa, um ataque cerrado a Deus e à Igreja. A leitura deste livro acaba por ter, para nós, uma finalidade positiva: ficamos a saber o que é que os ateus pensam de Deus [do seu deus?, do deus que criaram?]. E continuo a cismar nisto: como é que um ateu se deixa provocar pela Bíblia e por Deus que diz não aceitar nem acreditar?)